Programação

O PROGRAMA DO COLÓQUIO

 Sexta-feira, 22 de setembro (Palácio Oettingen, Josefská 6, Praga 1, o primeiro andar)

 

HORA LOCAL TEMA
09.00h O 118 Registo e entrega de documentação
09.30h Abertura oficial do Colóquio

 

10.30 Pausa

 

HORA LOCAL (Conferência Plenária e debate) AUTOR
11.00 O 118 Portugal e a China: uma relação com futuro Raquel Vaz Pinto

 

12.00 – Almoço

 

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
 

 

O 118  A língua portuguesa como património cultural e identitário Moderadora

Šárka Grauová

14.00h Estudantes e professores da Universidade Carlo-Fernandina de Praga e o mundo português dos séculos XVII e XVIII Simona Binková
14.30h Péter Kellemen e o “jeitinho brasileiro” István Rákocsi
15.00h Arte del vivir – el arte del cordel brasileño Kateřina Březinová

 

                           

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
  O 114 Mundo vivo ‒ língua viva I Moderadora Jaroslava Jindrová
14.00h A aquisição do pretérito perfeito simples e do pretérito imperfeito do indicativo por aprendentes chineses de português Fátima Oliveira, Fátima Silva, Carlos Gomes
14.30h Análise sintática de textos forenses Iva Svobodová
15.00h O perfil linguístico-cultural de Moçambique Olga A. Saprykina

 

15.30 – Pausa

 

HORA LOCAL (Conferência Plenária e debate) AUTOR
16.00 O 118 O tupi e as línguas gerais na formação do português do Brasil Eduardo Almeida Navarro

 

17.00 Fim dos trabalhos do dia

 

19.00 Concerto: Camões House Band  (Celetná 20)

 

 

 

Sábado, 23 de setembro

 

HORA LOCAL Conferência Plenária e debate AUTOR
9.30 O 118 Entre XX e XXI: caminhos e descaminhos da poesia portuguesa contemporânea Rosa Maria Martelo

 

10.30 Pausa

 

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
  O 118 (Poéticas Finisseculares I) Moderadora Šárka Grauová
11.00h Nos Cem Anos de Húmus, de Raul Brandão: entre o espanto e o absurdo Maria João Reynaud
11.30h Pessimismo e optimismo solar nas poéticas portuguesas do fim-de-século (os casos de A. Patrício, A. Ribeiro, R. Brandão) Serafina Martins
12.00h Abraçando as estátuas:  o erotismo decadente na contística portuguesa Silvie Špánková
12.30h “Um spleen mortal”: a poética decadentista de Roberto de Mesquita Maria do Carmo Cardoso Mendes

 

 

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
O 114 Mundo vivo ‒ língua viva II Moderadora Fátima Silva
11.00h O vocalismo pré-tónico português – aspetos de sistema e diassistema Vesela Chergova
11.30h As construções perifrásticas foi fazer, ia fazer e vai fazer na história da língua portuguesa Jan Hricsina
12.00h A diacronia da concorrência distributiva dos possessivos das terceiras pessoas em português Jiří Jančík

 

 

13.00 – Almoço

 

HORA LOCAL TEMA AUTOR
  O 118 Comunicações

(Poéticas Finisseculares II)

14.30h Sombra e luz: faces de Francisco Alvim Viviana Bosi
15.00h Para que educar? A reflexão sobre os rumos da sociedade brasileira em Não falei de B. Bracher Zuzana Burianová
15.30h Homem cordial e a sua farda Šárka Grauová
16.00h Eça de Queirós e a representação literária dos espaços em O Primo Basílio. Episódio doméstico Pedro Meireles

 

 

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
  O 114 Mundo vivo ‒ língua viva III Moderadora Vesela Chergova
14.30h Visões sobre o “Mundo de língua portuguesa”: Identidades lusófonas nas práticas discursivas Anne Burgert
15.00h A presença da língua portuguesa na província senegalense de Casamança ‒ uma herança cultural escondida nas brumas da memória Petra Svobodová
15.30h Efeitos de migrações e segregação sócio-espacial sobre a língua portuguesa Rafael Mazoni
16.00h 20 years of CPLP ‒ past, present and future Petr Weber

 

 

HORA LOCAL Comunicações + Debates AUTOR
  O 05  Sessão de doutorandos Moderadora Lenka Tóthová
14.30h Transculturalidade e tradução: O encontro com o Outro, a exemplo de Rafik Schami Fernando M. de Toledo
14.45h Os prefixos em variedades do Português Ágnes Bakó
15.00h Como descrever uma experiência sensível? Verbos que imitam sons (e o caso das vozes dos animais) Tomás N. Castro
15.15h O realismo de Mia Couto Kristína Ceferová
15.30h Noctivagando. A diarística albertiana Lenka Tóthová
15.45h Os marginalizados em O Vento Assobiando nas Gruas de Lídia Jorge Karolina Válová
16.00h Portunhol na bacia do arroio Yaguarí Petra Dokládalová

 

Workshops Subsequentes

 

Segunda-feira, 25 de Setembro

 

Viviana Bosi ‒ Rosa Maria Martelo: Poesia contemporânea em Portugal e no Brasil

 No dia 25 de setembro as nossas colegas Viviana Bosi (Universidade de São Paulo) e Rosa Maria Martelo (Universidade do Porto) conduzirão um workshop subordinado ao tema «Poesia contemporânea em Portugal e no Brasil». O workshop terá lugar no palácio Oettingen, rua Josefská 6, Praha 1. A sessão da manhã decorrerá das 9.00h às 12.00h e a de tarde das 13.30h às 16.30h.

18.30 Viagem para o palácio de Průhonice

Lançamento de livro de autoria de Pavel Štěpánek: Mecenas de Josef Mánes: A família Silva Tarouca e a sua Influência na Cultura Checa, seguido de uma taça de espumante oferecida pela Embaixada de Portugal.

 

Terça-feira, 26 de Setembro

 

Eduardo de Almeida Navarro: Minicurso do Tupi antigo

No dia 26 de setembro os participantes do Colóquio terão a possibilidade singular de seguir um Minicurso de tupi antigo, ministrado por Eduardo Almeida Navarro (Universidade de São Paulo), único professor titular de tupinologia no mundo! O curso realizar-se-á no palácio Oettingen, rua Josefská 6, Praha 1. A sessão da manhã decorrerá das 9.00h às 12.00h e a da tarde das 13.30h às 16.30h.

O Programa do Colóquio privilegiará os seguintes eixos temáticos:

1) Poéticas finisseculares (séculos XIX e XX)

Os últimos dois fins-de-século parecem compartilhar várias caraterísticas. O otimismo baseado no progresso científico e tecnológico e na esperança de uma nova integração das sociedades particulares e do mundo euroatlântico em geral é confrontado com os fracassos da razão, a omnipotência destrutiva da engrenagem socio-política e a desagregação a todos os níveis, desde o individualismo radical até ao racismo e aos nacionalismos exacerbados. Fascinado e perturbado pela mudança permanente e pelo relativismo universal, o artista moderno procura respostas e está angustiado por novas interrogações. A literatura não escapa à fragmentação geral, não oferecendo mais um leque senão um mosaico composto de pedras tão heterogêneas quanto o romance de evasão e a poesia hermética, hedonismo formal e estética de impacto, sondagem dos fundos da alma humana e exotismos de superfície. Falemos, pois, das inumeráveis poéticas finisseculares.

2) Mundo vivo ‒ língua viva: o Português em destaque

O Português tem sido encarado demasiadas vezes como uma língua pequena e exótica, fenómeno que contrasta frontalmente com o seu caráter universalista e pluricêntrico que faz dela uma real ponte entre culturas, nos cinco contintentes. Felizmente, nos últimos anos esta visão tem vindo a ser substituída por uma outra, bem mais realista, que retrata o Português como língua de cultura, de economia, de ciência e de diplomacia, qualificações reforçadas pelo interesse estratégico da CPLP e pelo seu alargamento, pelo crescimento e desenvolvimento dos países que o têm como língua oficial.

     O crescimento mundial do número de alunos, a implementação do Português como língua regular nos sistemas de ensino de vários países, a sua utilização como língua oficial de várias organizações internacionais e o aumento do número de trabalhos científicos sobre a língua portuguesa, nas suas diversas variantes, provam que este interesse está em crescimento. O desafio é, aqui, compreender os novos fenómenos linguísticos que resultam do contacto desta língua com falantes de novas geografias, com outros idiomas maternos, com diferentes recursos e canais de divulgação, analógicos e digitais, com um potencial enorme para sujeitar a norma linguística a alterações rápidas e mais ou menos profundas.

3) „Cada língua que usas, cada pessoa que és“:    

             a língua portuguesa como património cultural e identitário

Fenómenos históricos e culturais associados aos países de língua portuguesa são marcas reconhecidas um pouco por todo o mundo, sejam eles decorrentes da expansão e das históricas descobertas marítimas, com o desenvolvimento tecnológico que lhes está associado, sejam eles decorrentes da itinerância e conjugação de elementos culturais que, não raras vezes, deram origem a novas identidades e a fenómenos transbordantes, como o fado ou o samba, que já saltaram as fronteiras definidas. Tais realidades são perfeitamente observáveis e bastante estudadas no terreno em países que conseguem manter referentes próprios muito fortes apesar de se encontrarem em posições geopolíticas e culturais de charneira, como acontece com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe ou Timor-leste, ou de gestão socioeconómica e cultural multifacetada, como acontece no Brasil. Por outro lado, recentes fenómenos políticos e institucionais de que são exemplo o crescimento de pedidos de adesão de Estados Observadores à CPLP ou a aclamada tomada de posse de António Guterres como Secretário Geral das Nações Unidas têm vindo a projetar esta língua e as culturas que ela representa no campo da política, das relações internacionais e da diplomacia. Nesta secção, convidamos todos os colegas a apresentarem trabalhos de investigação que versem justamente sobre este cruzamento de culturas e dos resultados daí decorrentes a nível historico-político, identitário e até civilizacional…